Dezenas de educadores de Coroatá, Santa Quitéria, Lago Verde e Lago Açu fizeram, na manhã desta quinta-feira (29), um ato público unificado em frente ao Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). A manifestação foi proposta pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) para chamar atenção dos desembargadores sobre ações judiciais que questionam as exonerações e cortes de salários nos municípios.
Entre as bandeiras de luta, estavam os educadores de Lago Açu. Um cartaz com o contracheque de um dos professores que participaram da greve mostra a truculência Marlim Sousa que efetuou o desconto de 16 faltas no mês de junho, deixando o educador com apenas cerca de R$200 de salário.
Os educadores recorreram da decisão, mas perderam na primeira instância e aguardam o julgamento dos desembargadores para saber se a justiça vai manter os descontos ou determinar a devolução dos valores.
Em Santa Quitéria, segundo o coordenador do Núcleo do SINPROESEMMA, Augusto Ribeiro, a situação não é diferente. Além dos prejuízos na área da educação, os vigias e os motoristas do transporte escolar estão com até três meses de salários atrasados.
“Quem sofre é a população, os servidores e as crianças que estão sem aulas, não vamos parar enquanto não atenderem as nossas reivindicações não atenderem”, reforçou o dirigente, que por conta das mobilizações foi exonerado da rede.
Segundo o presidente do SINPROESEMMA, Júlio Pinheiro, é preciso que os prefeitos primem pelo diálogo, pois as ações judiciais revelam que os gestores não estão interessados em discutir com os trabalhadores em educação. “A judicialização da greve significa o fim de qualquer negociação. Ficou demostrado na história que quando o prefeito quer decretar a ilegalidade da greve ele não tem interesse nenhum de garantir os direitos”, ressaltou.
Pinheiro lembrou que a assessoria do sindicato também tem recorrido das decisões judiciais que mantêm os atos administrativos das prefeituras de cortar e exonerar salários, mas enfrentar resistência dos desembargadores. “Nós sabemos que a justiças precisa cumprir o seu papel, mas o papel para proteger os interesses da sociedade, da maioria do povo e da garantia de direitos importantes que está na lei”, destacou.
Apoio da CTB. O presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Joel Nascimento, usou o microfone para questionar a atitude de alguns policiais militares que queriam diminuir o volume do carro de som. Os guardas alegram que o barulho estava incomodando as sessões do Tribunal de Justiça. “Estamos aqui para incomodar mesmo. Se não quiséssemos não estaríamos aqui”, defendeu.
Em função do não conhecimento dos processos que envolvem os educadores, a presidente do Tribunal, Cleonice Freire, optou por não receber os trabalhadores, mas o Sindicato conseguiu o agendamento de uma audiência sobre o tema. Pelo acertado, a diretoria do Tribunal ainda vai marcar o dia e hora para receber os representantes do SINPROESEMMA nos próximos dias.
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