O ataque ao pré-sal é a bola da vez na pauta reacionária e
entreguista do Congresso Nacional. No Senado tramita o PLS 131, de José
Serra, que pretende transferir para petroleiras internacionais os 30%
das jazidas do pré-sal reservadas para a Petrobras; na Câmara, o
presidente da Casa, Eduardo Cunha, já se comprometeu a colocar em
votação o requerimento de urgência para o Projeto de Lei 6726/13, do
deputado Mendonça Filho (DEM/PE), que acaba com o regime de partilha e
retoma o modelo de concessão, com objetivo de tirar da Petrobras e do
Estado o controle sobre a exploração petrolífera do pré-sal.
Em 2013, a presidenta Dilma Rousseff aprovou lei que destina 75% dos
royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde, além da
destinação, para os dois setores, de 50% de todos os recursos do Fundo
Social do pré-sal. Tantos os projetos de lei do senador José Serra
quanto do deputado Mendonça Filho põem em risco o futuro da educação e
da saúde.
Diante disto, a APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial
do Estado de São Paulo) promoveu na terça-feira, 15, a conferência –
transmitida ao vivo pela Internet – “Os royalties do petróleo são da
educação (e da saúde)”. Participaram como palestrantes João Antônio
Moraes, secretário de Relações Internacionais da Federação Única dos
Petrolheiros (FUP); Roberto Leão, presidente da Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Educação (CNTE); Selene Michielin Rodrigues,
secretária de Assuntos Municipais da CNTE; Raimunda Gomes, secretária de
Comunicação da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB); e o professor
João Palma, presidente do Fórum Estadual de Educação.
Na abertura dos trabalhos, a professora Maria Izabel Azevedo Noronha
(Bebel), presidenta da APEOESP, fez um histórico da importância do
financiamento para se alcançar ensino público de qualidade; recursos
que, infelizmente, ficaram sempre aquém das reais necessidades do setor.
Disse que a defesa do pré-sal para garantir que os royalties sejam
destinados à educação e a saúde é papel de toda a sociedade. “Não dá
para se falar em qualidade da educação sem recursos”.
Para Moraes, da FUP, os ataques à Petrobras partem das grandes
multinacionais do petróleo, como a Chevron e a Shell. “O Brasil, ao se
confirmarem as reservas do pré-sal, passou a ser alvo de um bombardeio
do capital internacional”. Desta forma, Moraes crê que a defesa do
pré-sal tem de envolver uma “aliança social muito grande”.
Selene Rodrigues lembrou que sem os recursos do pré-sal para a
Educação, será impossível se implementar as metas aprovadas no Plano
Nacional de Educação. “Para resolvermos o problema do analfabetismo,
para para universalizar o ensino básico, para equipararmos os salários
dos professores com os demais profissionais, para que se pague o piso
nacional salarial, não podemos abrir dos royalties e nem Fundo Social”.
Roberto Leão, presidente da CNTE, também ressaltou esta questão. “Nós
não vamos colocar em prática o PNE se não conseguirmos manter o controle
do pré-sal nas mãos do povo brasileiro”. Para tanto, Leão propôs uma
tarefa a todos os professores e trabalhadores em educação do País:
“transformar cada escola num espaço de luta em defesa de nossa Petrobras
e de nossa escola pública”.
fonte:CNTE
fonte:CNTE
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